quarta-feira, 13 de abril de 2011

Só um adendo

Entretantos...

Entre tantas as coisas que me sulgam diariamente está ela, a palavra que nunca pode ser dita
Sequer pronunciada, lacrimejada, desgarrada, desfarçada, nas entrelinhas, no espaço, no cerrar dos olhos e no descansar da cabeça no travesseiro...
Esta... "coisa"... vai consumindo e me guiando a um caminho desconhecido o qual eu tanto fugi de ir e agora corro para lá como uma criança amedrontada...
Tal conjuntura me costura os lábios e fincado à minha língua vai passeando de um lado ao outro sabendo-se preso, na angústia de um condenado perpétuo.
Me acorda a noite aos berros.
Tento encontrar conforto que me coloque os ossos no lugar, mas o conforto é passageiro.
Assim como tudo.
Tudo, menos... isso.

Eu peço qualquer coisa, qualquer delas que venha ao meu encontro que seja a hipnotizar minha memória, e me colocar em qualquer outro lugar, menos naquele.
Porque o lugar me persegue. Como se o lugar fosse eu e estivesse em mim.
Um lugar no tempo, no segundo de um dia.
Um segundo nunca durou tanto tempo...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Interna-mente


Antes estivesse eu sozinha num deserto em meio a gigantes dunas de areia, mas com uma leve e inconfundível orientação solar
Que presa a uma caixa, por mais bela que seja, com um furinho que me permita olhar a imensidão difícil de se conquistar, porém íntegra e real, não ilusória.
E a minha cabeça perturbada de vozes que me dizem o tempo todo o que fazer, pra que direção seguir, trezentas delas que por mais diferente que sejam me levam ao mesmo lugar.
Tais vozes que se confundem entre o que eu realmente penso e sinto, com o que querem que eu pense e sinta. E me invadem em sonhos, em subconsciente e de qualquer maneira invisível, inodoro, insípido, in...
Ah, antes estivesse eu sozinha.
Ou melhor, eu e Deus, num caminho certo no deserto, que incerto nos caminhos mais belos.